São Paulo — Houve uma operação conjunta realizada pela Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que ocorreu na terça-feira (31/10). Durante essa operação, aproximadamente R$ 7 milhões foram apreendidos com suspeitos de participarem de um esquema de golpes financeiros, lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armas e munições em São Paulo.
Um dos investigados é o genro de um mafioso chinês que foi deportado do Brasil para a China em 2019. De acordo com a PF, ele é proprietário de uma loja de armas de fogo que teria recebido pagamentos de várias pessoas ligadas ao comércio chinês na região do Brás, onde os comerciantes chineses atuam.
“Esses pagamentos foram feitos por pessoas não autorizadas a comprar armas e munições. Dois dos cinco sócios da empresa estão sendo investigados. Um deles é genro do indivíduo de nacionalidade chinesa que foi deportado em 2019”, afirmou o delegado Jeferson Di Schiavi. O Exército e a Receita Estadual também apoiaram a operação.
No total, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo e em São Bernardo, na região metropolitana de São Paulo, bem como medidas de bloqueio de bens dos alvos da operação. A investigação teve início a partir de informações fornecidas pela Stone Pagamentos sobre movimentações financeiras suspeitas em contas mantidas pelos investigados.
“A instituição financeira nos trouxe o caso”, disse Luiz Fernando Bugiga, do Gaeco. “Graças a isso e ao trabalho investigativo, o que parecia ser um golpe do Pix, uma fraude, revelou-se uma ponta de iceberg de uma organização criminosa muito bem estruturada, com conexões com a máfia chinesa”.
Acredita-se que a organização criminosa tenha arrecadado cerca de R$ 4 milhões em apenas seis meses, aplicando o golpe do “falso salário” em vítimas de diversos estados, usando os “laranjas” da região do Brás para lavar dinheiro e repassá-lo à loja de armas do genro do mafioso chinês.
Os criminosos ofereciam uma falsa promessa de emprego e condicionavam o saque do salário a um pagamento em dinheiro. Segundo a PF, “a vítima fazia atividades em uma plataforma virtual, acumulava créditos (salário), mas, para sacá-los, o que nunca ocorria, tinha que fazer uma transferência em dinheiro”.
De acordo com o promotor, o objetivo da investigação agora é apurar se as transferências de dinheiro para a loja de armas tinham como objetivo “abastecer o poder bélico das organizações criminosas”.
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