Um estudo de cientistas norte-americanos, publicado na quinta-feira (2/11), rev elou que até 2050, cinco vírus transmitidos por animais e que já possuem alta taxa de mortalidade devem aumentar em 12 vezes o número de vítimas. A pesquisa, divulgada na revista BMJ Global Health, mostrou que os vírus Ebola, Marburg, Machupo, Nipah e Sars (parente da Covid) terão um aumento expressivo de casos e mortes em humanos devido às mudanças climáticas e ao desmatamento.
Essas cinco doenças virais têm prioridade máxima para o Global Virome, uma iniciativa internacional que monitora doenças em animais que representam risco para os seres humanos. O Ebola, o Marburg, o Sars e o Nipah são transmitidos principalmente por morcegos, enquanto o Machupo é transmitido por ratos silvestres.
As doenças zoonóticas listadas já apresentaram crescimento ao longo do tempo, de 1963 a 2019, e o número estimado para 2050 é baseado nessas tendências históricas.
As doenças em humanos causadas por esses cinco vírus sempre tiveram menos de 500 vítimas por ano até 1990. Em 2010, a mortalidade ultrapassou essa marca e, nos últimos 10 anos, o número de mortes mais que dobrou, superando as mil por ano.
Entre 1963 e 2019, os surtos dessas doenças causaram 17.232 mortes, sendo que 15.771 foram causadas pelos filovírus (Ebola e Marburg), principalmente na África. A tendência é que esses números aumentem em cerca de 5% ao ano, chegando a aproximadamente 12 mil mortes por ano em 2050.
Os pesquisadores afirmam que “medidas urgentes são necessárias para enfrentar um risco significativo e crescente para a saúde global”.
Vírus que são comuns em animais podem ser transmitidos para humanos quando há contato constante, o que ocorre devido ao desmatamento que faz com que animais selvagens vivam nas cidades.
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