Parlamentares do governo marcharam do Senado até a Praça dos Três Poderes pa ra comemorar o fim da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em 8 de janeiro. A investigação foi encerrada com a aprovação do relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-AM), que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.
“Este livro [Constituição] continua e deve continuar mais vivo do que nunca. Queremos gritar para o Brasil e para o mundo: a democracia venceu, a barbárie ficou para trás, o fascismo ficou para trás. A partir de hoje, a vigilância deve ser contínua”, afirmou a senadora em seu discurso.
Eliziane enfatizou o significado da Praça dos Três Poderes, que foi vandalizada nos atos golpistas do início do ano. “O atentado contra o processo democrático começa derrubando prédios físicos para tomar as instituições, foi exatamente o mesmo método que tentaram implementar no Brasil”, explicou.
“A força do Brasil, das instituições e do povo foi muito maior”, completou.
Hostilizada na comissão
Quando o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), elogiou Eliziane, parlamentares bolsonaristas vaiaram e gritaram “vergonha”, enquanto os apoiadores do governo atual aplaudiram. A confusão ocorreu na sessão desta quarta-feira (18/10).
Com a aprovação do relatório final, os parlamentares voltaram a dizer “vergonha”. O placar final ficou com 20 votos a favor e 11 contra.
Anunciando indiciamento de Bolsonaro
Em uma sessão na terça-feira (17/10), Eliziane leu o relatório final da CPMI e pediu o indiciamento de 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, e o ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid.
A justificativa é o possível envolvimento desses indivíduos em crimes como associação criminosa, violência política, derrubada violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Uma vez aprovado, o relatório será encaminhado para instâncias de investigação, como o Ministério Público Federal (MPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
No texto, Eliziane apontou Bolsonaro como o principal responsável pelos atos golpistas de janeiro, com suas críticas aos outros poderes, especialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF), e por criar uma “violência simbólica” antes de 8 de janeiro.
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