O Ibovespa encerrou o dia com um forte aumento de 2,78%, atingindo os 118. 251 pontos, nesta sexta-feira (3/11). O principal índice da Bolsa brasileira (B3) foi impulsionado pelos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que indicaram uma possível diminuição na economia americana.
As informações foram divulgadas pelo Departamento do Trabalho dos EUA. Em outubro, 150 mil empregos foram criados, um número que representa uma queda acentuada em relação aos 297 mil postos de trabalho abertos em setembro. Ambos os dados excluem o setor agrícola.
Na perspectiva dos investidores, a desaceleração do mercado de trabalho nos EUA diminui a possibilidade de novos aumentos nas taxas de juros. Essa perspectiva reduz o interesse global pelo títulos da dívida americana, considerados seguros. Por outro lado, aumenta a atratividade de ativos de risco, como ações na Bolsa.
O aumento do mercado de capitais brasileiro também é resultado das decisões sobre as mesmas taxas de juros tomadas na quarta-feira (1º/11), tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O Banco Central brasileiro reduziu a taxa básica, a Selic, para 12,25% ao ano. O Federal Reserve, o BC americano, decidiu não aumentar a taxa. Ela foi mantida entre 5,25% e 5,5%.
A Vale e a Petrobras, com grande influência na Bolsa, também ajudaram a impulsionar o Ibovespa. A mineradora teve um aumento de 1,25% no pregão, após o sexto aumento consecutivo do minério de ferro no mercado chinês. A petrolífera subiu 1,20%, apesar da queda de 2,26% no preço do barril de petróleo do tipo Brent, a referência internacional.
As taxas futuras também caíram nesta sexta-feira, o que favoreceu as varejistas. Por isso, as ações da Casas Bahia tiveram um aumento de 13%, e as do Magazine Luiza tiveram uma valorização de 12%, estando entre as maiores altas do Ibovespa.
Entre as quedas mais significativas, as ações da Suzano recuaram 0,39%. “A empresa foi prejudicada pela queda do dólar”, diz Fábio Louzada, economista e analista CNPI. “Por ser uma grande exportadora, ela se beneficia quando o dólar americano está mais forte.”
O dólar fechou com uma queda de 1,56%, cotado a R$ 4,89. Com esse resultado, o dólar acumulou uma desvalorização de 2,34% em relação ao real na semana e de 2,88% no mês. No ano, a queda está em 7,25%.
